Somos os nossos defeitos, mas nos definimos pelas nossas qualidades

Recentemente um episódio trágico me chamou a atenção sobre o que realmente somos como pessoas. Diante dos fatos, percebi que há uma facilidade imensa em sermos lembrados e apontados pelos nossos defeitos, logo podemos dizer que somos definidos por eles.

A soma de nossas qualidades e defeitos (leia-se “defeitos” como tudo aquilo que é diferente do tradicional, do óbvio e do esperado) é que nos torna únicos e especiais. O que ocorre é que o que aparentemente escorre de nós em abundância são os defeitos, que expostos, são apontados e julgados livremente por todos.

Na contramão disso, são os nossos defeitos que nos levam a caminhos diferentes. Imagine se todos fôssemos exatamente iguais, nem evolução haveria.

Clarice Lispector imortalizou a ideia observando que “até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.”

Então a ideia é fazer uma autoanálise e definir aquilo que sustenta nossa personalidade. Com esse exercício você pode apontar seus supostos defeitos e usá-los como um diferencial. Valorizando-os você perceberá que é deles que vêm sua personalidade e assim, consciente deles, você os venderá de uma forma positiva e com toda a certeza será reconhecido por eles.

Lembre-se: a perfeição é estéril, dela não se cria nada e com ela não se permite espaço para a interação com os outros. Explore isso em você e se transforme de dentro para fora. Os defeitos nos conectam.

Seja você

“Os extremos são vícios. No meio deles é que está a virtude,” eternizou Aristóteles. A busca pelo equilíbrio é uma constante no dia a dia de pessoas conscientes. Afinal, tudo na vida é uma questão de encontrar o meio-termo, de alinhar nosso eixo. Doar-nos aos nossos sonhos e projetos, mas sem deixar para trás quem amamos.

Dividir a vida com quem amamos, mas sem deixar de ter opinião e identidade próprias. Dizer o que sentimos de peito aberto, mas não viver esperando ansiosamente que todos nos compreendam e nos aceitem. Tolerar situações do cotidiano, mas sem permitir que essa paciência omita nossa opinião e nossas vontades.

Não importa o quê, onde e quando. A consciência sobre nós, nos torna mais assertivos e assim nossa personalidade se molda e se adequa ao nosso propósito e passamos a ser vistos pelo que somos, especialmente pelo que nos diferencia. Assim podemos concluir que somos os nossos defeitos, mas nos definimos pelas nossas qualidades.

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