“A qualidade de vida é muito individual e subjetiva”

Quando falamos em qualidade de vida parece que existem fórmulas mágicas e soluções imediatas. Algo como se começar a fazer uma caminhada na segunda-feira resolvesse tudo. Ou que sua vida melhoraria assim que você cortasse alguns alimentos. Não é bem assim e também não é tão difícil mudar e melhorar de uma vez por todas.

Com ensinamentos baseados em pilares claros e definidos, somados a atitudes, Higya Alessandra Merlin consegue explicar um bom caminho para a qualidade de vida que tanto buscamos, mas que é tão singular e subjetiva. Higya aprendeu por necessidade, com objetivo de colocar fim às crises de enxaqueca, e divide seu conhecimento com todos, por meio de um livro super prático.

E não é só isso, equilíbrio na alimentação, sono, movimento e equilíbrio emocional são instrumentos para muitas mudanças em sua vida. Somados ou individualmente, esses pilares são definidores da sua qualidade de vida.

Em entrevista exclusiva de mais esta escritora brasileira, Higya apresenta sua obra e fala sobre sua experiência e vai além, explorando seu lado educadora, administradora, instrutora e consultora. Fala do momento pelo qual passamos e dá dicas de obras importantes para compor o seu conhecimento. Vamos à entrevista:

CK – Quem é Higya Alessandra Merlin?

Higya – Administradora. Professora universitária. Instrutora de treinamentos. Palestrante. Escritora. MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e Administração Pública. Certificações: Professional Coach e Analista Comportamental DISC, Gerenciamento do Stress no Ambiente de Trabalho. Formação complementar e atuação profissional em gerenciamento de projetos estratégicos, governança de pessoas, gestão de pessoas pó competências, desenvolvimento de líderes e equipes, saúde ocupacional, qualidade de vida no trabalho, preparação para aposentadoria. Também Graduada em Odontologia (UFMS).

CK – Como você se define?

Higya – Sou uma pessoa que ama estudar, desenvolver o raciocínio crítico, questionar e inovar. Citando Fernando Pessoa, sou o intervalo entre o que sou e o que não sou, entre o que sonho e o que a vida fez de mim.

CK – Em seu livro sobre Qualidade de Vida na Prática, você fala de um método próprio de melhorar a vida. De onde veio essa motivação?

Higya – Na verdade, eu quis compartilhar uma experiência própria, conjugando informações científicas de forma prática. Foi buscando uma solução para um grave problema de enxaqueca que eu comecei a entender melhor a qualidade de vida em seu sentido amplo. E aí não queria guardar isso somente para mim. Como gosto de escrever, resolvi passar os aprendizados para um livro.

CK – Você fala em quatro pilares para uma vida saudável, pode falar um pouco sobre eles?

Higya – A qualidade de vida é muito individual e subjetiva, mas compreender esses quatro pilares pode ajudar a deixar o conceito mais palpável. São eles:

– A alimentação, pois a forma como o nosso organismo funciona depende do que escolhemos como alimento. Essa é uma associação que nem sempre fazemos.

– O sono, pois um sono de qualidade tem influência direta no equilíbrio dos nossos hormônios e neurotransmissores, e isso tem tudo a ver com bem-estar.

– O movimento, pois libera endorfinas e nos fortalece. Não se trata de ser um atleta, mas sim de ter uma vida ativa, onde as atividades físicas têm o seu lugar.

– O equilíbrio emocional, sendo fundamental para isso o autoconhecimento e o enfrentamento dos desafios da vida de forma mais inteligente. A alimentação, o sono e o movimento influenciam bastante nisso, mas também há muito aprendizado a ser conquistado diariamente para cuidar das emoções.

CK – O que você definiria como um superalimento? Existe algo assim ou não?

Higya – Eu não acredito em soluções “mágicas” e pontuais como um superalimento. Eu acredito no conjunto, em um estilo de vida que seja bacana, saudável, buscando o equilíbrio.

CK – Qualquer um pode mudar de vida quando quiser e terá os benefícios, ou quem tem problemas genéticos ou hereditários não consegue?

Higya – Tudo depende de atitude! Ao estudar grandes pesquisadores, compreendi que a genética é importante, mas o gatilho é o nosso estilo de vida. É lógico que não estamos imunes a todos os problemas, mas o fato é que o estilo de vida tem um peso enorme sobre os nossos resultados. Colocar a culpa na genética pode ser um grande autoengano.

É fundamental fazer a sua parte, aquilo que está no seu controle, e, para isso, é necessário ter atitude.

CK – Você acredita que a pandemia pode revelar pessoas com novos hábitos e com novas maneiras de encarar a vida, principalmente no quesito saúde?

Higya – Tudo vai depender da atitude de cada um. Nesse sentido, a pandemia pode ser um fator a contribuir para a construção de hábitos saudáveis ou para o reforço de hábitos prejudiciais.

CK – E sobre educação. Você, como professora universitária, inovadora sempre, acredita que teremos uma revolução no ensino no pós pandemia? A pandemia prejudicou o desenvolvimento ou provocou avanços?

Higya – Toda crise acaba acelerando processos. Eu sempre fui ligada na tecnologia e procurava agregá-la ao ensino. Quando chegou a pandemia, percebi que sofri bem menos do que alguns colegas. De toda forma, todos tiveram que se adaptar. Acredito que a pandemia trouxe muitos ensinamentos para todos nós. Porém, a realidade da educação no Brasil é muito diversa, e nem todos tiveram condições de continuar estudando. Eu espero que a pandemia tenha contribuído para aumentar o nível de consciência de todos nós, cidadãos, especialmente dos agentes públicos, pois a educação é a base de tudo e ela precisa de atenção.

CK – Estamos chegando no final do ano e se você pudesse realizar um desejo, para você ou para a coletividade, o que pediria?

Higya – Para a coletividade: menos opiniões e mais atitudes! Isso melhoraria muito a realidade de todos.

CK – Você pode indicar pelo menos dois livros, ou mais, que acredita que todos devam ler na vida.

Higya – Ler faz muito bem, e o tipo de leitura tem muito a ver com a fase pela qual estamos passando, nossas necessidades, dores e vivências. Por isso, não diria que “devam ler”, mas, já que estamos falando de qualidade de vida, vou compartilhar dois livros relacionados a mudanças de atitude:

Alegria e Triunfo I / Lourenço Prado

Enxaqueca – só tem quem quer / Alexandre Feldman

CK – Para finalizar: o que te inspira?

Higya – A possibilidade de aprender sempre mais e de contribuir positivamente neste mundo.

CK – Conclua.

Higya – Obrigada pelo convite, pela oportunidade. É sempre um prazer compartilhar ideias. Desejo a todos uma vida com bastante qualidade!

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