Será que vale a pena uma vida de trabalho duro?
É estranho falar que a paz pode estar no vazio. Se decido entrar, tenho um caminho a seguir. Então, em resumo, se decido ficar tenho o caminho feito. O que quer que eu esteja fazendo agora, é só um passo para o próximo projeto ou aventura. Me sinto confuso com isso, mas aprendi a pensar que a vida não um problema a ser resolvido, nem um jogo a ser ganho. Prometo que vou te fazer repensar a vida até o final deste texto. Entendo que a vida é para ser vivida, da melhor forma que você puder. Então, será que vale a pena uma vida de trabalho duro?
Veja essa história: Um empresário cansado do estresse de seu trabalho, resolveu passar alguns dias na beira da praia, em um vilarejo distante dos grandes centros. Num desses dias de ócio sentado a beira mar, encontrou um pescador recolhendo sua canoa. Curioso, percebeu que no interior da embarcação havia um peixe bem grande. Surpreso com a fartura daquelas águas indagou o pescador sobre porque não pescou mais alguns.
O pescador respondeu que só precisava de um peixe e acrescentou: uma parte usamos para nos alimentar e a outra parte vendemos, o que garante dinheiro suficiente para viver.
Estabeleceu-se então um conflito de visões de mundo
Como era bastante cedo o empresário perguntou sobre o que aquele cidadão fária no resto do seu dia? O pescador respondeu que iria para casa, brincaria seus filhos, depois, junto com sua esposa prepararia um almoço para todos, a tarde iria dar uma cochilada com a esposa, depois os dois iriam passear no vilarejo, ouvir música, dançar e quando estivessem cansados, voltariam para casa para dormir. No dia seguinte faria a mesma coisa.
No entanto, o empresário, Phd em gestão de negócios e bem-sucedido no mundo capitalista, propôs ao pescador mudar tudo isso. Sugeriu sua consultoria para ele aumentar a pesca, uma parceria para comprar barcos e aproveitar a fartura daquelas águas. Além disso, ele garantiu que em poucos anos ele poderia industrializar seus produtos e em breve ganhar muito dinheiro, colocar seu negócio na bolsa de valores e daqui uns 30 anos poder ficar tranquilo e viver na beira da praia fazendo só o que gosta.
O pescador respondeu com um sonoro “não”. Eu já vivo na beira da praia e faço só o que gosto.
E você, o que faria?
Essas são duas visões distintas do mundo moderno. Lembro claramente de um caso ocorrido com um amigo. Estabelecido financeiramente e com um emprego estável, resolveu se aventurar em paralelo no ramo do comércio de entretenimento e alimentos.
O negócio cresceu e se transformou em dois comércios distintos e ainda mantinha o seu trabalho fixo. Recentemente ele me confessou que vendeu seus negócios, porque resolveu não ser escravo do dinheiro e do trabalho.
Durante os anos que manteve tudo, ganhou dinheiro sim, mas sacrificou seus finais semanas, suas noites, sua paz, sua participação na criação dos filhos e na vida da esposa. Claro, é uma decisão difícil e a dele foi a de simplificar.
É preciso ponderar
Não há regras, porém na vida tudo tem valor, mas sempre existe a hora de mudar. Acima de tudo, é preciso renascer dentro da mesma vida, mudar os planos, tomar outros rumos.
O que não podemos, por exemplo, é viver a infelicidade de ser escravo de algo o não gostamos e ficar parados sem atitude. A essência da vida é viver a vida ao longo da vida, não esperar para fazer isso depois de cumprir uma rotina desumana.
Há o tempo de iniciar e se não der certo, há o tempo de parar. Além disso, todos temos a possibilidade de mudar a qualquer hora. Mudar de emprego, desistir de alguma coisa não é uma atitude ruim e muitas vezes isso é fundamental para os vencedores.
Temos o tempo de viver, de errar e de acertar. O que não pode é não mudar. Não tenha vergonha de assumir, ainda que 5, 10 ou 20 anos depois, por qualquer razão, você diga que estava errado em ter tomado uma decisão. O que nos é bom hoje, pode não ser amanhã. E que mal há nisso? Então fica a pergunta: vale a pena uma vida de trabalho duro? A decisão é de cada um, mas vale considerar as duas opções.