Não complique, escreva para ser lido e compreendido

Escrever pode ser uma tarefa difícil para a maior parte dos falantes. Organizar palavras para formar um texto requer habilidades linguísticas que vão além de conhecer bem o idioma. É mais desafiador ainda para aqueles que não cultivam o hábito da leitura e tarefa árduas para aqueles que querem impressionar usando palavras pouco comuns no dia a dia da língua falada.

Na minha opinião o texto bom não pode ser um teste de conhecimento. Texto bom é aquele que qualquer um lê e entende. É o que não deixa dúvida sobre o que o autor pretendia dizer.

A intenção do ato da escrita, assim como da fala, é estabelecer comunicação e, para que ela aconteça, é necessario que a mensagem seja compreendida. Isso é clareza textual.

Um texto rebuscado, com palavras “difíceis”, não serve para nada se as pessoas não conseguirem entender o que você quer transmitir.

Além disso, a língua é um organismo vivo que se aprimora ao longo do tempo. Então se você insiste em escrever substituindo palavras comuns por termos em desuso, pode significar que você esteja fora do seu tempo de uso também e apegado a um passado que já deu importância para isso.

A internet é um bom lugar para observar isso. Nela estão dos mais intelectualizados aos mais simples e todos estão tentando se comunicar. Então só por isso, para ser compreendido, é preciso clareza no que se escreve.

Estilo de texto é outra coisa, não confunda. Ao longo da história, os melhores estilos de texto são os mais claros e compreensíveis. Os clássicos e os mais estudados escritores usam estilos e gêneros de escrita próprios, mas em comum têm beleza e clareza de informação e mensagem.

Na medicina, no direito, na literatura, na ciência,  na pesquisa, não importa.  Se você está escrevendo algo é para ser lido e compreendido. Lido por quem tem doutorado e até por quem não teve a sorte de concluir o ensino fundamental. É preciso ser acessível.

Dificultando o que você escreve, não o torna melhor que ninguém.  Aliás, soa arrogante ou na maior parte das vezes, soa como uma fraude, pois faz parecer o que não é: inteligente.

Tenha em mente que você estará sempre escrevendo para pessoas, então, de nada adianta seu conhecimento erudito ou intelectual absurdo se o seu conteúdo não agradar a maior parte dos que o leem.

Escreva com se estivesse “conversando” com uma pessoa. As histórias (que eu não usei aqui) ajudam a ligar pessoas com o seu texto.

Então simplifique. Lembre-se que a melhor forma de começar um texto é por onde você começaria a falar para contar isso para alguém.  As melhores palavras são aquelas que você usaria para contar isso para uma pessoa também. E o melhor resultado de um texto é ter alguém lendo e conseguindo entender o que leu. Não complique, escreva para ser lido e compreendido.